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Poemas Envelope

Emily Dickinson

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Detalhes do Produto

Sinopse

Poemas Envelope reúne um conjunto de poemas escritos por Emily Dickinson em envelopes previamente usados para correspondência, e é publicado em edição bilingue nas Edições do Saguão. Esta edição segue integralmente a da New Directions de 2016, feita de uma selecção de reproduções fac-símile (em tamanho ligeiramente menor do que os originais) dos poemas envelope de Emily Dickinson, retirados da edição completa The Gorgeous Nothings (2013). Estes poemas não são apenas escritos nos envelopes escrupulosamente guardados pela autora para reutilizar, mas têm características que resultam do suporte precário em que foram escritos e que torna a sua leitura instável, tanto quanto a sua escrita. Assim, os poemas são, com toda a propriedade, poemas envelope, e a palavra “envelope” torna-se um qualificativo, uma vez que a direcção, o corte do verso, a separação entre palavras, a contenção, as variantes, são guiados pela forma do papel.

Nesta edição transcreve-se a escrita de Emily Dickinson respeitando a disposição, a orientação, as hesitações, as variantes anotadas e as rasuras, e mostrando uma abertura do texto que resiste à ordenação na página convencional e à interpretação única. Na tradução para português destes poemas envelope procurou-se reconstituir as imagens fugidias que os poemas trazem, e ao mesmo tempo reproduzir, da forma mais aproximada possível, a disposição do texto no papel.

Nota à 2ª edição: Os tradutores, apercebendo-se da possibilidade de uma leitura em ordem inversa do manuscrito 394/394a (pp. 57 e 58), alteraram a tradução dos versos da página 59 em relação à 1ª edição. A nova tradução é resultado da descoberta dessa nova leitura, não invalidando outras.

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Autor

Emily Dickinson

A poesia de Dickinson é marcada por uma peculiar gramaticalidade: inserção forçada de plurais, posições sintácticas invertidas, ou, muitas vezes, desrespeito pelos géneros, pelas pessoas ou pelas concordâncias verbais. É ainda necessário destacar da linguagem de Dickinson não só os desvios sintáctico-formais, mas ainda os desvios semânticos internos, aqueles que sustentam, pela ruptura, a arquitectura dos seus textos poéticos e que resultam numa linguagem críptica, compacta, plena de elipses, traduzida em textos que desafiam a tradição da poesia enquanto comunicação e oferecem à linguagem literária um lugar de destaque e autonomia mais próximo da estética que informa a poesia moderna. Excessiva, em relação ao seu tempo; excessiva, mesmo em relação ao nosso, pela opacidade de leitura e apreensão e pelas temáticas envolvidas. ‘Uma linguagem altamente desviante que arrisca tudo', como defende David Porter, pois, ‘na extrema elipse e transposição, desbasta a armadura mesma do sentido.’[Ana Luísa Amaral]

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