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Povoações Alcandoradas Arquitectura e Paisagem - 2º CIATMO

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Sinopse

Povoados alcandorados do Mediterrâneo

Miguel Reimão Costa, Susana Gómez Martinez, Desidério Batista, Vítor Ribeiro

A presente publicação reúne uma seleção de comunicações da segunda edição do Congresso Internacional “Arquitetura Tradicional no Mediterrâneo Ocidental” que se realizou em Mértola em setembro de 2020. Tal como na primeira edição, o congresso enquadra-se num projeto que procura aprofundar as competências do Campo Arqueológico de Mértola, da Universidade do Algarve e do Centro de Estudos em Arqueologia, Artes e Ciências do Património no âmbito do património construído do Mediterrâneo. Neste caso particular, trata-se de uma parceria com as universidades de La Manouba e Carthage e com o Laboratoire d’Archéologie et d’Architecture Maghrébines, subordinada ao tema da arquitetura doméstica nas áreas de montanha da Tunísia e de Portugal, nos âmbitos da arquitetura, da paisagem, da arqueologia e da história .

É neste seguimento que a presente edição do congresso se centrou nas ´povoações alcandoradas´, procurando reequacionar, no espaço desta parceria, o que na língua francesa se designa por ‘village perché’. Entendemos que a expressão ‘povoações alcandoradas’ traduz a relação entre comunidade e território na ocupação de um sítio altaneiro, que remete frequentemente para o imaginário da construção coletiva. A partir dessa relação mais primordial, é uma expressão que evoca um conjunto de manifestações culturais legíveis às diferentes escalas de organização do espaço, desde a casa à paisagem: corresponde, na maior parte dos casos, a um aglomerado denso, que retoma o desenho do lugar natural e sujeita as habitações a sucessivos processos de transformação; e está profundamente vinculado a uma paisagem de recursos limitados e práticas frugais de gestão partilhada das águas, dos solos e da vegetação.

Como é possível confirmar no conjunto de textos que compõem este livro, os povoados alcandorados estão presentes nas diversas unidades de paisagem do Mediterrâneo, das ilhas à planície costeira, das serras de baixa altitude à alta montanha. A sua situação sobranceira é, assim, testemunho da diversidade histórica deste território: porto natural que pontua a navegação à vista; estrutura fortificada numa linha de fronteira; lugar central de uma área de recursos; posição tangente às rotas caravaneiras e aos trajetos da transumância; sítio proeminente sobre a planície ou dissimulado entre vertentes alcantiladas. Pretendia-se que, dando conta desta diversidade, cada uma das comunicações incidisse num caso de estudo em concreto, proporcionando a aproximação sucessiva e a reflexão conjunta durante os períodos de debate do congresso.

É o que ocorre com a grande maioria dos artigos ora publicados. Nalguns casos adquirem uma dimensão territorial, com abordagens da arqueologia da paisagem, da longa duração, das estratégias de defesa, povoamento e exploração dos recursos. Noutros casos, privilegiam a escala do povoado e das construções, considerando a evolução urbana e arquitetónica ou as tipologias regionais da arquitetura doméstica. Por vezes, ensaiam leituras integradas entre disciplinas e entre escalas. Outras vezes acabam por incidir em temas mais específicos ou genéricos de reflexão, alargando o âmbito a vários casos de estudo, unidades regionais ou ao próprio Mediterrâneo.

No seu conjunto, os diversos artigos apresentados retomam a questão relativa aos critérios e ao desenho dos limites do Mediterrâneo. Para alem do perímetro da oliveira (que na realidade marca presença em todas as regiões estudadas), importa-nos aqui o espaço mais alargado à transição e à relação histórica com as áreas geográficas próximas, o que é particularmente evidente no extremo ocidental, seja a norte na transição para a região atlântica da Península, seja a sul na região pré-saariana do Magrebe.

Na figura desta apresentação localizamos cada um dos casos de estudo na representação hipsométrica do território, registando a sua relação espacial e altimétrica. Como é evidente, não representam, nem esperávamos que representassem, todas as subunidades geográficas do Mediterrâneo Ocidental, antes estendem o âmbito do projeto, não só a outras regiões de Portugal e da Tunísia, mas também à Argélia, Espanha, Malta e Marrocos. Nesse sentido, esta figura é a representação de um processo em aberto que esperamos que possa vir a contar, em breve, com um número crescente de contributos e de parceiros.

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