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Sinopse

“A edição da prosa ricardiana suscita, pois, inúmeras dúvidas e muitos desafios. É uma tentativa de tornar conhecido um material que os menos iniciados na obra pessoana desconhecem e mesmo os mais iniciados na obra pessoana tendem a esquecer. Ricardo Reis é, sobretudo, um poeta, mas a verdade é que Pessoa o quis também prosador, sem lhe definir rigorosamente o ‘corpus’, mas deixando estimulantes pistas de investigação.
Os textos e projectos apresentados em apêndice visam, precisamente, enquadrar esta faceta sobre a qual paira ainda algum mistério”, escreve Manuela Parreira da Silva, na sua introdução à obra de Ricardo Reis, da qual é também a editora.
Este médico-poeta revela-se aqui como autor de prosa, assumindo a responsabilidade de dar a conhecer a obra do Mestre Caeiro, de forma preciosa para a compreensão da obra do “Grande Pã”. Reis propõe-se a “ir muito mais além da obra, cobrir um grande terreno; porque ao apresentar uma obra importantíssima, por ser a reconstrução do paganismo, é evidente que é mister ir traçar um retrato do paganismo(...).”
Uma obra marcante, que com certeza contribuirá para aumentar o conhecimento da obra pessoana.

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Autor

Fernando Pessoa

Um dos maiores génios poéticos de toda a nossa Literatura e um dos poucos escritores portugueses mundialmente conhecidos. A sua poesia acabou por ser decisiva na evolução de toda a produção poética portuguesa do século XX. Se nele é ainda notória a herança simbolista, Pessoa foi mais longe, não só quanto à criação (e invenção) de novas tentativas artísticas e literárias, mas também no que respeita ao esforço de teorização e de crítica literária. É um poeta universal, na medida em que nos foi dando, mesmo com contradições, uma visão simultaneamente múltipla e unitária da Vida. É precisamente nesta tentativa de olhar o mundo duma forma múltipla (com um forte substrato de filosofia racionalista e mesmo de influência oriental) que reside uma explicação plausível para ter criado os célebres heterónimos - Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, sem contarmos ainda com o semi-heterónimo Bernardo Soares.

Fernando Pessoa nasceu em Lisboa em 1888 (onde virá a falecer) e aos 7 anos partiu para a África do Sul com a sua mãe e o padrasto, que foi cônsul em Durban. Aqui fez os estudos secundários, obtendo resultados brilhantes. Em fins de 1903 faz o exame de admissão à Universidade do Cabo. Com esta idade (15 anos) é já surpreendente a variedade das suas leituras literárias e filosóficas. Em 1905 regressa definitivamente a Portugal; no ano seguinte matricula-se, em Lisboa, no Curso Superior de Letras, mas abandona-o em 1907. Decide depois trabalhar como "correspondente estrangeiro". Em 1912 estreia-se na revista A Águia com artigos de natureza ensaística. 1914 é o ano da criação dos três conhecidos heterónimos e em 1915 lança, com Mário de Sá-Carneiro, José de Almada-Negreiros e outros, a revista "Orpheu", que dá origem ao Modernismo. Entre a fundação de algumas revistas, a colaboração poética noutras, a publicação de alguns opúsculos e o discreto convívio com amigos, divide-se a vida pública e literária deste poeta.

Pessoa marcou profundamente o movimento modernista português, quer pela produção teórica em torno do sensacionismo, quer pelo arrojo vanguardista de algumas das suas poesias, quer ainda pela animação que imprimiu à revista "Orpheu" (1915). No entanto, quase toda a sua vida decorreu no anonimato. Quando morreu, em 1935, publicara apenas um livro em português, "Mensagem" (no qual exprime poeticamente a sua visão mítica e nacionalista de Portugal), e deixou a sua famosa arca recheada de milhares de textos inéditos. 

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