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Saberes Nómadas - Conhecimento, Património e Valores Sociais

Eduardo Jorge Esperança

Sujeito a confirmação por parte da editora



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Sinopse

Saberes nómadas foi a expressão que me ocorreu para nomear este trabalho muito depois dele se ter chamado “migrações do saber”. Na altura, e após um sério trabalho em volta do Património, Valores e seus condicionamentos, a navegação das leituras no intervalo das aulas empurrava-me para duas galáxias que se fertilizavam e podia ir observando com algum fascínio; o início da expansão da internet e dos conteúdos online e, ao mesmo tempo, como resultado, o sonho Borgeano tornado realidade do nascimento da grande biblioteca global. Esse sonho concretizado arrastava com ele algumas temáticas inadiáveis e que me atravessavam o espírito todos os dias sempre que me sentava ao computador e acedia a essa “biblioteca”. Isto explica um pouco estas duas vertentes que parecem, mas não são paralelas: de um lado o pensar a Cultura e a Memória, ao mesmo tempo como grandes objectos sociológicos, com todos os factores e vertentes que nos explodem na cara com a introdução de novos gadgets e modos de pensar mobilizados pelo objecto concreto como pelo software que o energiza. Por outro lado, ensaiar alguma capacidade de recuo e análise dos substratos que podem ainda suportar os quotidianos da vida no espaço público, como aquilo que ainda podemos nomear como reserva de conhecimento que se vai disseminando com a ajuda da rede um pouco por todo o lado.

Hoje, a relação com os objectos, a constituição dos sujeitos, etc, encontra essencialmente duas sociologias: as condições da experiência contemporânea reduzem os objectos existentes ao número dos que se mostram e aparecem ou evoluem no espaço público.
Estes são os objectos que observo – essas duas sociologias. Uma delas é a ciência dos livros de texto, dos manuais e sebentas, que se estabiliza a dois níveis: nos livros e no estudo (dos que são estudados) e se actualizam na escola no modo como são trazidas ao presente e à percepção. A outra ciência técnica é a dita profissional, supostamente aplicada e abusada, que envolve, por exemplo, as sondagens, as estatísticas, os levantamentos e os estudos exploratórios, etc, com os quais vão, por exemplo, os sociólogos fazendo pela vida.
(...) Na Idade Média era Deus, ou melhor, os seus agentes na terra. Era uma experiência unificada (por Deus) e calma, que em parte do Alentejo ainda tem a felicidade de viver. Tudo isto até que um “herege” chamado Gutemberg inventou a imprensa e estragou tudo: inventou a imprensa, inventou os protestantes, inventou os iluministas, as indulgências baratas. Inventou o que mais tarde se veio a chamar a fragmentação da experiência – fragmentação por campos de acção mas, especialmente, fragmentação por campos de legitimação dos saberes. Ora, os campos de legitimação dos saberes, são precisamente o espaço cada vez mais virtual onde se decide a se actualiza o que está direito e o que está torto.

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Autor

Eduardo Jorge Esperança

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