Nasci em 1966. Entrei para o jardim-escola aos três anos e meio. Tinha 8 anos no 25 de Abril. Não fiz exame de 4º, nem de 6ºano, e fui dispensado dos que existiam no 9ºAno. Não havia TV com canais apenas para crianças, muito menos a cores. Brincava muito, sobrava tempo paranão fazer nada! Pelo Liceu Camões, onde estudei entre os 11 e os 17 anos, tenho ainda agora um sentimento de identidade e pertença. Entrei para Medicina em 1983.
Por que sinto facilidade em falar e estar com crianças e adolescentes?
Porque sei que posso entrar e sair pelas portas da minha infância, sentar-me no tempo da adolescência e regressar tranquilamente ao momento atual, onde volto a sonhar, a ter vontade de aprender e a sentir um enorme prazer de existir. Agora gosto do silêncio. De viver em família. Preciso de pouco para ser feliz.
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Pedro Strecht
Pedro Strecht nasceu em 1966. Terminou o curso de Medicina em 1989 (Universidade Nova), é especialista em Psiquiatria da Infância e Adolescência (Pedopsiquiatria) desde 1995 e autor de mais de cinquenta livros. Fez estágios na sua área clínica em Londres e Oxford.
Exerceu diversas funções ao longo da sua vida profissional: foi professor do Ensino Secundário e do Ensino Superior, médico no Hospital de Dona Estefânia, no Chapitô, nos Centros Educativos da Bela Vista e Padre António de Oliveira, no Centro Dr. João dos Santos — Casa da Praia, que dirigiu enquanto IPSS e na Cooperativa A Torre. Foi supervisor do Projeto de Apoio à Família e à Criança Maltratada, colunista da revista Pais e Filhos e do jornal Público, coordenou a Equipa de Intervenção Psicossocial do Gabinete de Reconversão do Casal Ventoso e também a Equipa de Intervenção em Crise da Casa Pia de Lisboa. Trabalhou na ART — Associação de Respostas Terapêuticas e num Lar de Infância e Juventude Especializado, GPS (em Castro Verde).
Recentemente, presidiu à Comissão de Investigação de Abusos Sexuais de Crianças por Membros da Igreja Católica Portuguesa, tendo sido distinguido em equipa com a medalha de ouro do Prémio Direitos Humanos, atribuído pela Assembleia da República.
Atualmente, trabalha em consulta privada em Lisboa. Tem como outros interesses fundamentais a música, a literatura, a escrita, o desporto e a natureza. É casado, pais de três filhos e tem uma cadela.
Sabe muito bem que não é perfeito e, por isso mesmo, continua a gostar de trabalhar com crianças e adolescentes e respetivos pais, com quem sente que todos os dias aprende a ser melhor médico e melhor pessoa. Numa época de afirmação da ciência e tecnologia, guiada por fatores económicos, gosta de valorizar todas as formas de expressão artística e, um dia, aspira a ser apenas reconhecido enquanto humanista.
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