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Sinopse

O José Manuel Simões, como muitos de nós, saiu do irrespirável Portugal desse tempo logo que pôde, mas, ao contrário de quase todos, não voltou. Tinha tido em Lisboa uma presença fundamental - e fundadora - no que o Gelo pudesse ter representado e continuou a tê-la em Paris onde o que o Gelo veio a representar alcançou uma expressão cultural que em Portugal não poderia ter tido. A história do Gelo é também uma história de exílios criativos: dos pintores do KWY, de poetas como o Manuel de Castro e o Herberto Helder, que permaneceram exilados mesmo quando regressaram, e do José Manuel Simões, que deu sempre mais do que recebeu, discretamente, intransigentemente, como quem descrê. Teve várias acções importantes em Paris em benefício da cultura portuguesa. Por exemplo, em colaboração com o Fernando Gil, um projecto ao tempo pioneiro sobre Fernando Pessoa que resultou em artigos publicados na imprensa e em programas na rádio que deram atenção à poesia portuguesa. Também teve uma acção política importante e, potencialmente, perigosa, sobretudo em colaboração com os exilados espanhóis associados ao Ruedo Iberico. Em Portugal, ainda adolescente, tinha sido preso e interrogado pela PIDE. Não falou, resistiu aos maus tratos, saiu da cadeia mais livre do que tinha entrado. A não ter de provar nada a ninguém. E assim continuou até ao fim. Foi o mais puro de todos nós.
Foi a ele que o Manuel de Castro dedicou o seu primeiro livro, Paralelo W. E. , se me lembro correctamente, foi ele quem sugeriu ao Herberto Helder o título para o seu primeiro grande poema, O Amor em Visita . A escolha desse título é, em si próprio, um brilhante exercício de crítica literária. Com referência implícita à obra de Alfred Jarry, L’Amour en Visites , sugere a transformação dessas plurais “visitas” de picaresca demanda adolescente na visitação carnalmente mística de um perene amor para sempre renovado e desde sempre inalcançado no poema de Herberto Helder.

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Autor

José Manuel Simões

José Manuel Simões é pós-doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade Católica Portuguesa, doutor em Global Studies pela Universidade de São José (Macau); mestre em Comunicação e Jornalismo pela Universidade de Coimbra e licenciado em Jornalismo Internacional pela Escola Superior de Jornalismo do Porto, onde lecionou. Publicou diversos artigos académicos e trabalhos jornalísticos em Portugal, Brasil, China, Estados Unidos, Tailândia, Japão e Inglaterra. Escreveu as biografias em português de Cesária Évora, David Byrne, Delfins e Júlio Iglesias. Foi jornalista de televisão e imprensa, escreveu para o Jornal de Notícias, Correio da Manhã e Hoje Macau. Desde 2008, coordena o departamento de Communication & Media na Universidade de São José, em Macau. Publicou também vários livros pela Media XXI, entre eles Índios Potiguara - Memória, Asilo e Poder, Ponto de Luz, Deus Tupã e Jornalismo Multicultural em Português - Estudo de Caso em Macau.

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