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Sinopse

Uma casa de família esvazia com o passar do tempo. Tudo vai sobrando. O gerúndio é o crescimento em movimento. Sobram pratos, roupas de cama, divisões e silêncio demorado. As memórias assentam praça nos lugares mais recônditos do corpo. Um casal partilhando a vida em conjunto há cerca de setenta anos, para combater a ausência que os transtorna, multiplica as recordações na janela da marquise onde passam muitas horas sentados enfrentando o vazio que os assola. Como a Lenda da cidade de Beja, em que um touro foi envenenado para combater uma cobra monstruosa, assim se transverte a vida. O medo transforma-se em superstição, a ausência em recordação.

O rumo que cada um segue é um percurso feito de sonho, sentimento, desilusão e paixão. Ver partir é contrabalançar o desenrolar da existência com as angústias do coração mãe e do coração pai.

Neste entrançar de histórias colectivas caminhadas individualmente, é no afecto que permanece a palavra família. Envelhecemos para dar sentido ao estendal despido de roupa, à porta da rua que pouco abre, às palavras que ficaram por dizer e aos abraços que ficaram por abraçar.

É no regresso que a solidão esmorece e o amanhã não tem medo de existir.


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Autor

Jorge Serafim

Jorge Serafim é natural de Beja.

Foi funcionário da Biblioteca Municipal durante 12 anos, no sector infanto-juvenil, exercendo funções na área da promoção do livro e da leitura.

Define-se essencialmente como um contador de histórias tradicionais e um promotor do livro e da leitura. Há cerca de 20 anos que percorre o país de lés a lés levando a arte milenar da palavra nua, bela e crua a escolas, bibliotecas públicas, centros de dia, feiras do livro, auditórios, centros culturais, festivais de teatro. Da itinerância que constrói dia-a-dia, enquanto narrador oral, já acrescentou geografia em Espanha, Argentina, Cabo Verde, Macau, Canadá e Luxemburgo.

Como humorista, tornou-se conhecido do grande público devido à participação regular em diversos formatos televisivos, na SIC, RTP1 e na RTP2. É um narrador de histórias rocambolescas onde habitam personagens caricatas, que tempera com uma pitada de absurdo e duas de imprevisto, e depois refoga com muita sátira aos bons, maus e ruins costumes, não se lhe escapando nada nem ninguém pelo buraco de uma agulha.

Porque os dedos precisam de escorrer esperanças, é autor de diversas obras: O Corvo Branco – teatro para a infância; O Amor é Solúvel na Água – teatro; A.Ventura – poesia; A Sul de Ti – poesia; Estórias do Serafim – poesia; Sonhar ao Longe – infantil; A Minha Boca Parece um Deserto – infantil.

Foi actor nas companhias de teatro Lêndias D’Encantar (que fundou) e Arte Pública.

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