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Um Poeta Rodeado de Mar - Selecção, Organização e Notas de Nuno Dempster e Anabela Almeida

transeatlântico

Armando Côrtes-Rodrigues

Sujeito a confirmação por parte da editora



Desconto: 10%
16,20 € 18,00 €

Detalhes do Produto

Sinopse

O silêncio do mundo com que o mar rodeia uma ilha não só alimenta a solidão da gente que vive nela, como, até há pouco, impedia de serem vistos e ouvidos longe os seus criadores de arte. Viviam numa espécie de exílio na sua própria terra, um exílio diferente do que sofrem quantos deixam o país. Aquele chama-se insularidade; este, emigração, mas os resultados são semelhantes. Sofreu-os Armando Côrtes-Rodrigues (Vila Franca do Campo, 1891-1971), embora por escolha própria. Foi pouco depois de ter chegado à capital, em 1910, que conheceu Fernando Pessoa e que o caminho da sua poesia se iniciou, segundo as suas próprias palavras.

É esse caminho que queremos mostrar, desviando-o do silêncio que tem rodeado a obra do poeta.

A disposição dos poemas nesta antologia está organizada pela ordem cronológica da edição das obras, seguindo a disposição dos poemas nelas, menos no volume de recolha mencionado, por não ser obra do poeta, bem assim a deslocação, devidamente anotada, de um poema dessa recolha para Planície Inquieta, poema que quisemos dar a ler, procurando, no entanto, manter a unidade da colectânea, razão exclusiva dessa mudança.


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Autor

Armando Côrtes-Rodrigues

Poeta, contista, dramaturgo, cronista e etnógrafo, nasceu em Vila Franca do Campo, na Ilha de S. Miguel, Açores, em 28 de Fevereiro de 1891 e faleceu em Ponta Delgada, em 14 de Outubro de 1971. Aos nove anos, entra no Colégio Fischer dessa cidade, concluindo os estudos liceais no Liceu da Graça. Partiu para o continente, com o objectivo de se licenciar no Curso Superior de Letras da Universidade de Lisboa. Em 1910, já na capital, conheceu Fernando Pessoa e, com ele, Mário de Sá-Carneiro, José Almada-Negreiros e outros, participou activamente na aventura que foi o Movimento e a revista Orpheu, em cujos dois únicos números saíram poemas seus, quer sob o próprio nome, na revista nº 1, quer, na Orpheu n.º 2, sob o nome de Violante de Cysneiros, personagem feminina que agitou, ainda mais, o palco literato que era Lisboa. Neste tempo, cumpre o serviço militar e, em Fevereiro de 1916, tendo concluindo o curso, regressa aos Açores, onde leccionou e de onde sairia apenas para viagens pontuais.

Obras principais. Poesia: Ode a Minerva (Angra do Heroísmo, 1922). Em Louvor da Humildade. Poemas da Terra e dos Pobres (Ponta Delgada, 1924). Cântico das Fontes (Ponta Delgada, 1934). Cantares da Noite Seguidos dos Poemas de Orpheu (Ponta Delgada, 1942). Quatro Poemas Líricos (Porto, 1948). Horto Fechado e Outros Poemas (Porto, 1953). Planície Inquieta, Poemas de uma Ilha Distante (Vila Franca do Campo, 1987). Teatro: Auto do Natal (Lisboa, 1926), O Milhafre (Angra do Heroísmo, 1932), Quando o Mar Galgou a Terra (Ponta Delgada, 1940). Crónicas: Voz do Longe (Ponta Delgada, 1961-1966). Etnografia: Poesia Popular Açoriana (Angra do Heroísmo, 1937), Cantar às Almas (Angra do Heroísmo, 1940), Cancioneiro Geral dos Açores (Angra do Heroísmo, 1982, 3 vols.), Adagiário Popular Açoriano (Angra do Heroísmo, 1982, 2 vols.). Eduíno de Jesus organizou a Antologia de Poemas de Armando Côrtes-Rodrigues (Coimbra, 1956, reimpressa em 1989). Espólio de poemas em Canção da Vida Vivida (Ponta Delgada, 1991).

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