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Sinopse

Depois da reunião de poemas dos anos 2000-2006 em Registo Civil (Assírio & Alvim, 2010), e das obras breves Por isso voltarei (2010) e Corpos (2011), Carlos Alberto Machado neste Uma viagem romântica a Moscovo aproxima-se de personagens e situações do “bairro”, sem abandonar os seus temas 
Nota de leitura
A escrita constitui um dos tópicos mais imediatamente identificáveis neste livro, sobretudo como experiência da morte, que já no poema de abertura os livros anunciam na sua arrumação (p. 9) e que depois se representa em ato no poema «o homem do boné preto» (p. 17), para, finalmente, encerrar o livro com uma indicação sobre a condição material da própria escrita/morte (p. 45). Escrever é abrir caminho para a compreensão do mundo e da sua precariedade, defrontar-se com a voragem do tempo e com as marcas da sua passagem, tudo isso no silêncio em que as palavras registam as imagens do mundo em definitivo mortas para o real concreto de que partem.
E aí tanto entram as palavras que refazem a memória de um momento perdido no fundo da infância como as que assinalam a proximidade de um tempo atravessado pelas histórias miúdas de um quotidiano sem transcendência nem heroísmos, episódios da esquina, das várias esquinas, da vida e de um bairro suposto, figuras extra-territorializadas que sobrevivem ao deslizar dos dias refazendo sonhos apenas vislumbrados para lá do abismo da incomunicação (veja-se o belíssimo poema «o homem que imagino ucraniano»). O registo coloquial, popular, da linguagem que ocorre nalguns poemas é, por outro lado, um modo de assinalar o discurso do outro, integrando-o na coloquialidade e fluência discursiva que é já um traço do próprio sujeito poético e institui um efeito de proximidade e de «realismo» que é um das marcas desta poesia na sua generalidade.
(Urbano Bettencourt)

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Autor

Carlos Alberto Machado

Lisboa, 1954. Vive nas Lajes do Pico (Região Autónoma dos Açores). Licenciado em Antropologia pela Universidade Nova de Lisboa e Mestre em Sociologia da Comunicação e Cultura pelo ISCTE, em Lisboa. Professor, dinamizador cultural, editor, ensaísta, poeta, dramaturgo e encenador. Foi professor de teoria e investigação nas Licenciaturas em Teatro da Universidade de Évora e da Escola Superior de Teatro e Cinema. Como autor e editor, colaborou com várias revistas, entre as quais a SetePalcos, Adágio, Belém, Periférica, Boca de Incêndio, Três Três, A Sul de Nenhum Norte, Telhados de Vidro, Atlântida, Azorean Spirit, Enfermaria 6 , Flanzine, transeatlântico, Grota, Olga (Espanha) e Poezija (Croácia), tendo sido também co-director da revista Magma. É autor de ensaios de crítica e história do teatro – tais como Teatro da Cornucópia: As Regras do Jogo (Frenesi, 1999); Centro Dramático de Évora: 25 Anos em Cena – CCE/CENDREV 1975-2000 (Cendrev, 2000); e, ainda no domínio do ensaio sobre a história do teatro em Portugal, participou também em obras de referência: Fragmentos da Memória. Teatro Independente em Portugal – 1974-1994 (Acarte, 1994); José Manuel Castanheira. Scénographies 1973-1993 (Centre Georges Pompidou/Nobilis, 1993); e José Manuel Castanheira. Une Ruine en Construction (Centre Georges Pompidou/Nobilis, 1993). Principais obras: Hotel dos Inocentes (romance, Companhia das Ilhas, 2019), O Universo & outras Ficções (contos, Companhia das Ilhas, 2019), Puta de Filosofia (romance, Companhia das Ilhas, 2018), O Mar de Ludovico (novela, Companhia das Ilhas, 2017), Pés no Charco (poesia, Do Lado Esquerdo, 2017), 12 Histórias para a Inês (ficção infanto-juvenil, não edições, 2017), Novas Estórias Açorianas (ficção, Companhia das Ilhas, 2016), A Paisagem num Dia algo Nublado Vista com Óculos de Sol com Lentes Polarizadas (com Nuno Morão, poesia, não edições, 2016), Pôr as Pernas do Lado da Cabeça e Partir (poesia, edições 50kg, 2015), Teatro Reunido. 2000-2010 (13 peças reunidas, Companhia das Ilhas, 2014), Hipopótamos em Delagoa Bay (romance, Abysmo, 2013), O Gato Visitador (poesia, Volta d’Mar, 2013), Estórias Açorianas (ficção, Companhia das Ilhas, 2012 – integra o Plano Regional de Leitura dos Açores, e o Plano Nacional de Leitura), Uma Viagem Romântica a Moscovo (Companhia das Ilhas, 2012, nova ed. 2017), Registo Civil. Poesia Reunida (Assírio & Alvim, 2010), 5 Cervejas para o Virgílio (teatro, & etc, 2009), Talismã (poesia, Assírio & Alvim, 2004), A Realidade Inclinada (poesia, Averno, 2003), Mito, seguido de Palavras Gravadas na Calçada (poesia, & etc, 2001), Teatro da Cornucópia. As Regras do Jogo (ensaio, frenesi, 1999). Participações/Inclusões: – Casa, Coimbra, Do Lado Esquerdo, 2016. – Poesia, Um Dia. Poetas em Ródão (dir. Jaime Rocha), Lajes do Pico, Companhia das Ilhas, 2016. – Persona, Coimbra, Do Lado Esquerdo, 2015. – O Desejado. Robot Bimby (org. Jorge Corvo Branco), Lajes do Pico, Companhia das Ilhas, 2015. – Poesia, Um Dia (dir. Jaime Rocha), Lajes do Pico, Companhia das Ilhas, 2014. – 40 X Abril. Poesia e Ilustração (org. Rui Portulez) Lisboa, abysmo, 2014. – Em Lisboa, Sobre o Mar. Poesia 2001-2010 (org. Ana Isabel Queiroz, Luís Maia Varela e Maria Luísa Costa) Lisboa, Fabula Urbis, 2013. – Poemário Assírio & Alvim (vários anos, desde 2010). – Poetas sem Qualidades (org. Manuel de Freitas), Lisboa, Averno, 2002. – Dramaturgias Emergentes 2 (Cadernos Dramat, Nº 6, Teatro Nacional S. João/Cotovia, 2001).

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