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Sinopse

O luso‑orientalismo na filmografia produzida durante o Estado Novo sobre a «Ásia portuguesa» A filmografia sobre a «Ásia portuguesa» realizada em Portugal durante o Estado Novo é limitada. Além disso, quase toda esta filmografia apareceu tardiamente e projectou uma retórica luso‑tropicalista que procurou propagandear a importância — mítica, porque já passada — de um império outrora vasto. Durante a ditadura, as colónias orientais mantinham sobretudo um valor simbólico. Analisando a filmografia existente, Vento Leste propõe que a escassez de filmes sobre o «Oriente português» decorre sobretudo do valor simbólico destas comunidades imaginadas, evocadas com certa indefinição porque há muito que a relação da metrópole com as mesmas estava em desagregação, assentando sobretudo em projecções e ruínas. Com o surgimento de tensões entre Portugal e a Índia quanto à autonomização da «Índia Portuguesa», a filmagem das colónias orientais surgiu sobretudo da necessidade de a ditadura sedimentar um discurso luso‑orientalista que, não obstante, ignorou as especificidades locais e a miríade de diferenças entre a África e a Ásia e entre os territórios colonizados nessas regiões.


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Autor

Maria do Carmo Piçarra

Maria do Carmo Piçarra é investigadora contratada no ICNOVA-FCSH, professora na Universidade Autónoma de Lisboa e programadora de cinema. Doutorada em Ciências da Comunicação, os seus principais temas de investigação são as representações cinematográficas (pós)coloniais, a propaganda filmada e a censura durante a ditadura em Portugal, as mulheres nas descolonizações e os usos militantes da imagem. Publicou, entre outros títulos e artigos em revistas científicas, Vento Leste: «Luso-orientalismo(s)» nos filmes da ditadura (2023), Olhar de Maldoror. Singularidade de um cinema político (2022), Projectar a Ordem. Cinema do Povo e propaganda salazarista (2020), Azuis Ultramarinos. Propaganda colonial e censura no cinema do Estado Novo (2015). Foi editora principal de (Re)Imagining African Independence. Film, Visual Arts and the Fall of the Portuguese Empire (2017) e, com o realizador Jorge António, da trilogia Angola, o Nascimento de Uma Nação (2013, 2014, 2015).

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