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Sinopse

À primeira vista, tudo neste livro é delirante e estapafúrdio (mas lido com calma parece ainda mais estapafúrdio). Não só está desligado da realidade, como largamente a ultrapassa, não respeitando regras, nem princípios, nem protocolos.
Literariamente, não tem ponta por onde se lhe pegue. Desenvolve teorias sobre os mais desvariados assuntos, que em nada honram a memória da família do autor. Comete toda a espécie de confusões, que deveriam motivar a consulta de um especialista. Baralha as coisas todas e perde-se em complexidades inúteis, que se contradizem e não querem dizer nada. Fala do que não sabe com grande autoridade e conhecimento de causa, para parecer profundo e indispensável.
Viajar na Maionese é uma barafunda pegada. É um livro desnorteado e desnorteador, que passou para o outro lado, para uma dimensão à parte. Um livro que fascina e provoca espanto. Que seduz e não cessa de surpreender. Que mete tudo no mesmo saco e resvala para o absurdo, não nos poupando a nenhum devaneio literário de péssimo gosto.
Aparentemente, verdadeiramente, este é o livro do verdadeiramente aparente. A cada página, a cada frase, a cada vírgula, há algo que nos aterroriza e nos atrai. Nele, a lógica consiste em não ter lógica. Nele, o leitor concorda com coisas com que normalmente não concordaria.
Viajar na Maionese tem uma espécie de existência própria. Os efeitos da sua leitura duram muito, muito mais do que gostaríamos.
Dividido em capítulos sucessivos, Viajar na Maionese é um dos pontos baixos da carreira do autor e um acidente na história da edição portuguesa.
Até aqui, os escritores escolhiam os textos que davam a melhor ideia de si e do seu trabalho. George fez às avessas: escolheu justamente os que deixam dele a pior impressão.
Grandiloquente e ridículo, Viajar na Maionese é um livro como não se faz lá fora. É um documento essencial que vai ao fundo da questão, que corre o risco de ser apreendido pelas autoridades e que, por isso, deve ser escondido na parte de cima das estantes. A tese deste livro, se há tese, é que nada é bem assim.

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Amostra

Autor

João Pedro George

Nasceu em Moçambique em 13 de fevereiro de 1972. Doutorado em Sociologia, foi assistente na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa durante quinze anos, é investigador associado no Instituto Português de Relações Internacionais (Universidade Nova de Lisboa) e está, atualmente, a concluir um pós-doutoramento em História com a tese Descolonização e Democratização em Portugal: O Caso dos Retornados. Foi crítico literário n'O Independente e na revista Os Meus Livros e tem colaborado em diferentes jornais e revistas, como Observador, Visão ou Sábado. Nesta última, assinou, durante mais de quatro anos, uma crónica semanal subordinada ao título genérico Coração, Cabeça e Estômago.

Além de tradutor, é autor de obras como O Meio Literário Português: Prémios Literários, Escritores e Acontecimentos (1960-1999) (Difel), Não é Fácil Dizer Bem. Críticas, Obsessões e Outras Ficções (Edições Tinta-da-China), Puta Que os Pariu! A Biografia de Luiz Pacheco (Edições Tinta-da-China), O Que é Um Escritor Maldito? Estudo de Sociologia da Literatura (Verbo), Mota Pinto. Biografia (Contraponto), Chatear o Camões. Inquérito à Vida Cultural (Maldoror) ou O Super-Camões. Biografia de Fernando Pessoa (Publicações Dom Quixote).

Colaborou com o semanário Independente e, mais recentemente, com a revista Sábado. Publicou, nas Edições 70, a coletânea de crónicas Viajar na Maionese.


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